1- Jaime, como já venho citando em algumas matérias onde falo de você, és um boneco de chumbo de Belém, fala pra gente a quanto tempo tu fazes rock e quais as mudanças que aconteceram em toda a cena?
Boneco de chumbo? Essa foi nova, hehe. Fico até lisonjeado, porque na verdade tudo que faço é porque eu gosto mesmo, sem demagogia, mas tá no sangue. Comecei a ouvir rock acho que com 13, 14 anos, então já faz bastante tempo. Comecei ouvindo coisas levíssimas, beatles, Rolling Stones, Bob Segger, Eagles, Yes, Pink Floyd. Depois vieram os heavys clássicos como Iron Maiden, AC/DC, até chegar ao punk. Quando ouvi Sex Pistols, Ratos de Porão, ramones, Cólera, foi foda. Foi um grude e não deu mais pra largar. Com 16 anos formei a Delinquentes e daí pra cá, nunca mais parei. Coisa de louco mesmo. A cena em Belém era bem diferente do que é hoje. Imagine pouquíssimas bandas, nos anos 80, sobrevivendo e tentando fazer shows numa época sem internet, sem locais próprios pra tocar e sem chances de gravar, já que nem existiam os CD's. Na época, só o Stress mesmo tinha um LP. Depois as coisas foram mudando. Já tivemos várias fases na cidade. Fases boas, fases ruins, mas hoje é bem mais fácil divulgar sua banda, arrumar local pra tocar, mesmo sendo ela de um estilo mais pesado e segmentado. Até os grandes festivais já abrem espaço para todos os estilos...
2 - Como andam os Delinquentes? O que vocês fizeram esses últimos tempos? Muitos shows? Eventos? Fala um pouco pra gente.
Ano passado foi um ano bem agitado pra nós. Foi o lançamento do nosso 2º CD (depois de jejum 9 anos após o 1º), tivemos o lançamento do nosso 2º clipe, lançado pela Funtelpa, o 1º com uma boa produção, tivemos um tributo organizado pelo programa Balanço do Rock (que pra mim ficou muito legal, graças às belíssimas interpretações das bandas envolvidas). Fora o show na Se Rasgum, que foi um dos melhores da banda de todos os tempos, pois a galera tava insana e entrou numa catarse coletiva lá, hehe. Além disso, fizemos algumas viagens bem legais, como pra Macapá (Festival Quebramar) e São Luís (São Luís Rock Festival). Esse ano a coisa começou meio devagar, fora o show em Taguatinga (DF) no Grito Rock e em alguns festivais locais menores (Tacakaos e Fabrikaos), mas temos algumas atividades grandes pro 2º semestre, como o aniversário de 25 anos da banda.
3 - Com esses mini festivais que você vem organizando, da pra ver que você apóia bastante uma nova safra de bandas quem vem chegando, qual o papel da "experiência" em dar esse apoio pra galera que ta começando?
Acho que as bandas novas têm um papel importantíssimo na renovação da cena. Algumas delas são excelentes e serão as que num futuro próximo estarão movimentando o cenário. Assim como outros produtores, gosto de misturar, colocá-las lado a lado com as bandas headliners e com as mesmas condições de tempo e qualidade, assim o público das grandes bandas podem conhecer essas mais novas e quem sabe gostar.
4 - Como você vê a atual cena Paraense de Rock? Pontos bons, pontos ruins e coisas super ultra legais?
De ruim, falta mais espaço pra tocar, pois contamos nos dedos os locais que abrem suas portas ao rock e principalmente ao som pesado. O público também varia bastante, as vezes comparecendo, mas as vezes dando um grande susto a quem organiza eventos. De ponto positivo, vejo as boas bandas começando a ganhar o mundo. Belém começa a ficar pequeno para a nossa música. Começou com o Madame Saatan, Jolly Joke, A Euterpia, Hope, e mais recentemente, Sincera, Dharma Burns, Paris Rock, mostrando a qualidade de nossa música lá fora.
5 - Quais são seus próximos objetivos, quais os planos para o segundo semestre?
Como disse, tem o aniversário de 25 anos da banda. Também estou envolvido no show do Tributo à banda, show esse que nunca aconteceu de verdade e possivelmente ocorra em setembro, além dos mini festivais que pretendo continuar (Tacakaos e Fabrikaos Festival).
6 - Brasil ganha esse ano?
PUTZ!!! Não sou muito ligado em jogo, pra terem uma idéia, ontem no 1º jogo, tinha uma banda ensaiando aqui no estúdio na hora do jogo, mas pelo que dizem... tá foda, hein? hehehe
4 comentários:
público também varia bastante, as vezes comparecendo, mas as vezes dando um grande susto a quem organiza eventos. - Aqui em Aracaju é assim também, publico muito volúvel. Grande Jayme, figura lendária. Delinquentes ifluenciou muito o punk aqui em Aracaju.
Oshow do Delinquentes foi um dos melhores que Macapá já viu! super banda, e que estará por aqui no segundo semestre para mais um show. Eu curto a banda há muito tempo, e parte do sonho já realizei, que foi trazer eles no Quebramar! pago pau pra quem realmente merece! Abs!
Valeu Adelvan. Vindo de você, que conheço desde os anos 80, é um grande elogio. E sempre é bom saber que você está antenado com o que rola aqui no Norte. Me orgulho de ter participado do 1º festcore Punkrock de Aracajú, em meados de 87, 88...
E Otto, também fico muito lisonjeado com suas palavras. Acho engraçado quando você cita informalmente a Delinquentes como banda grande. Chego até a acreditar, hehehe. Pra nós, sempre é um prazer tocar na vizinha Macapá e esperamos em setembro botar os pés aí novamente...
Fala Jayme e todos,
Sou Delinquente desde criancinha...hehehe!tenho orgulho de tocar com vc e fazer parte da banda!!!Ps. Estou vivo, na selva, mas vivo...fui,
abs a todos,
Pedrinho Delinquentes
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