domingo, 4 de outubro de 2009

UM TRIBUTO DELINQUENTE - O GRANDE ÍCONE DO ROCK PARAENSE

Durante o lançamento do "Um Tributo Delinquente", no estúdio Edgar Proença, que faz parte da Fundação de Telecomunicações do Pará (Funtelpa), numa tarde de sábado bastante quente, ficou, extremamente claro, a importância da banda Delinquentes para as várias gerações do Rock Paraense.
Todas as pessoas que estavam presentes, de alguma maneira (em pessoa, pela internet, ouvindo ou vendo pela TV Cultura), puderam entender o por quê de tantas emoções.
Pois se atualmente não é fácil montar e/ou desenvolver o trabalho de uma banda, imaginem há 24 anos. Essa vontade do grande Jayme José Ferreira Pontes Neto, ou melhor, Jayme Catarro, acabou sendo transmitida para músicos, jornalistas, produtores; na verdade, para todos que fazem parte dessa cadeia produtiva.Como já disse outro ícone do Rock Paraense, Beto Fares (apresentador do programa Balanço do Rock que existe há 19 anos) "parece que o Jayme está em todos os lugares, ao mesmo tempo". Isso demonstra a preocupação de um grande cara, que, sobretudo, conhece e acredita muito bem na vitória de todos. Um dos momentos mais marcantes dessa celebração foi a participação emocionada, via telefone, da Sammliz (vocalista da banda Madame Saatan), direto de São Paulo, que conseguiu demonstrar esse sentimento, que une a todas as pessoas que têm esse desejo de dividir o talento dos músicos paraenses com o restante dos brasileiros.


Delinquentes fazendo suas versões das músicas do tributo, além de um show no Balanço do Rock


Coisa de Ninguém, fazendo a versão de "Cicatrizes da Guerra"

Ná Figueredo em entrevista para o programa

Sincera, fazendo a versão de "Vagamundo"

Aeroplano, fazendo a versão de "Um belo dia pra morrer"

Tributo Delinquentes - Faixa a Faixa (o CD inteiro pode ser baixado no Blog do Azul
1 - "Planeta dos Macacos" (Suzana Flag) - A primeira faixa do tributo já revela a importância dele para a cultura paraense. Os músicos da banda Suzana Flag recriaram esse petardo do hardcore paraense e mostraram o quanto a música dos Delinquentes está presente nos mais variados estilos. Ficou completamente radiofônica e com extrema qualidade nos arranjos.

2 - "Delinquentes" (Pro-Efx e Bruno B.O.) - Essa música é considerada por muitos como o Hino da banda Delinquentes. Pro Efx e Bruno B.O. desmembraram e remontaram todos os elementos. Tornando-a visceral com batidas eletrônicas, no melhor, estilo Ragga da Pesada.

3 - "Gueto" (DHD) - CACETADA (isso mesmo com todas as letras maiúsculas). A banda DHD conseguiu e acertou num arranjo violento. Depois de ouvir essa versão a vontade é de sair quebrando tudo. Mas além disso, eles entenderam e retransmitiram a mensagem de uma das letras mais diretas sobre as mazelas sociais da cidade de Belém, ou de qualquer grande cidade em desenvolvimento.

4 - "O Viciado" (Turbo) - ROCKÃO DE PRIMEIRA. Riffs na cara do ouvinte e interpretação contundente do grande Camillo Royale. É para escutar e sair cantando logo depois; ou no mínimo sair assobiando. Sem contar que a vontade que dá e colocar o volume no talo.

5 - "Vaga Mundo" (Sincera) - Nessa música, que foi composta por outro grande representante do Rock Paraense, Sandrão (ex-baixista da banda Delinquentes), os músicos da Sincera surpreendem, logo na primeira escutada. Pois é inacreditável como um estilo pesado e rápido como Hardcore consegue agregar elementos como o Jazz, através do trompete de Daniel de La Touche. Além disso, é vibrante a porrada sonora da Sincera.

6 - "L'uomo Delinquente" (Massa Grossa) - Músicos geniais paraenses (Pio Lobato - guitarra, Vovô - bateria, Príamo Brandão - baixo e Iva Rothe nos vocais) fizeram uma interpretação arrepiante. É sensação de tensão na voz de Iva Rothe causa calafrios. SENSACIONAL.

7 - "Um belo dia pra morrer" (Aeroplano) - O trabalho noise-guitar (Diego Fadul e Eric Alvarenga), a cozinha segurando tudo (Bruno - baixo e Felipe na bateria), e a voz de Eric relevam todos os meandros de outra letra marcante na carreira da banda Delinquentes. Parece que conseguimos visualizar a vontade de alguém perto de algo que pode mudar a vida.

8 - "Cicatrizes da Guerra" (Coisa de Ninguém) - Hardcore, xaxado, baião e outros elementos inacreditáveis. A recriação dessa música é chapante. Ouça com bastante atenção e perceba o quanto é possível fazer dentro do universo do Hardcore.

9 - "Fábrica" (ION) - Toda a frieza da música industrial. Gritos de ordem. Porrada. Bateria na velocidade máxima. Beats noiantes. Vocalizações típicas de um filme de terror.

10 - "Utopia Milenar" (Ana Clara Matos) - Para quem que já tinha ouvido de tudo nesse tributo, percebe que ainda não tinha escutado nada. Um encontro do Samba e do Hardcore. A voz doce de Ana Clara Matos é tão suave e está muito bem misturada com os acordes executados e presentes no violão de Jack Nilson (guitarrista e um dos vocalistas da banda Stereoscope).

11 - "Ídolos Mortos" (Madame Saatan) - Para fechar o tributo com chave de ouro, vem a banda Madame Saatan. Riffs rasgantes (ED Guerreiro), uma cozinha talentosa (Ícaro Suzuki - baixo e Ivan Vanzar - bateria) e a voz e interpretação sempre surpreendente de Sammliz: são os elementos dessa versão, de outro grande Hino dos Delinquentes.

P.S.: OUÇA TODAS AS VERSÕES NO TALO

Fotos por Bahrbara Andrade - Direção de Planejamento - Coletivo Megafônica

Textos por Sidney Filho - Núcleo de comunicação - Coletivo Megafônica

Um comentário:

Verena Alenquer disse...

Assisti hoje na TV. Que produção ruinzinha dessa emissora.
Só problemas com o áudio, vídeo, falta de roteiro.
Saudades da era Ney Messias - campanha de hoje #forareginalima